segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Partida

Escuto os primeiros sons da manhã. É que essa noite não preguei os olhos. Em um ato de fuga, privei-me do sono pra não ter pesadelos. Esses de sempre que me perseguem. Com a sombra de todos que se afastaram. De todos aqueles de que nunca mais tive notícias. Parece que a vida gosta desses eternos encontros e desencontros. De gente que chega, cria laços e parte. Acho que nasci para ficar com meus pensamentos e a noção vaga de que tive amigos um dia. Tomo uma xícara de café pra apaziguar a fome. Mas a fome da alma nunca cessa. o sol começa a nascer e a necessidade da ação não desejada move meus pés. A rotina me escalda. Tenho ódio das coisas repetidas. E é a repetição que me assombra os dias e noites. Os movimentos iguais que performo e os adeus infundados que os outros nem dão. Gosto de ficar comigo mesma, sim. Mas cansa essa igualdade de horas eternas que batem no relógio de pulso e fazem tic-tac no meu ouvido. Tanta coisa por fazer e vontade nenhuma. Desejo mesmo vem e parte, como as pessoas que me circundam. Olho o horário e percebo o inevitável atraso que virá. É que não quero mais dar adeus...

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