Hoje me deu de escrever. Relendo velhos textos, percebi que
uso as mesmas figuras, as mesmas metáforas pra dizer de você. Recorrentemente
falo do seu sorriso, volta e meia digo do tecer estórias imaginárias – já que
não te tenho de verdade –; sonhos, ilusão, mente insana, todos termos que
definem a relação que nunca foi entre mim e você. Escrevo sem fim sobre um
assunto morto que insisto em querer reviver. Parece que esse ato de colocar “no
papel” as coisas que sinto tem a força anulada cada vez que o assunto é você.
Escrevo para tentar tirar de mim essa vontade, mas a cada letra esta fica mais
forte. Mas falta... falta você. Esse ser quase inventado, esse você ausente o qual deixa no ar reticências vazias que tento preencher, mas não há sucesso. Escrevo pelos cotovelos e digo sempre o mesmo: o não te ter. Vem então um aperto sem abraço para cada momento que escrevi e nunca foi vivido. A essa altura, chego a temer a loucura: será que você alguma vez existiu? Juro ter te visto e até já ter te sentido, mas cadê que não te acho pela vida? Enquanto sigo, sonho acordada o futuro do "sim" e vivo o "não" calada como quem sabe viver na gravidade zero, flutuando a esmo sem companhia. Não te ter me ensinou certas coisas. Ensinou-me sobre mim e sobre os pequenos prazeres de vencer debates internos e de viver comigo e só. Mostrou-me que estar só não é estar sozinha. Todavia o maior ensinamento foi sobre aprender a desistir das coisas impossíveis (sim, há de se batalhar pelas causas difíceis, mas lutar em uma guerra perdida implica dispêndio de energia e, quiçá, de vida). Foi devido a isso que decidi deixar sua imagem vagar pelo espaço sideral e desligar minha mente para as possibilidades de você - até porque elas não existem. De hoje em diante, sigo sem esperar seus olhos nos meus e espero que estes estejam livres para ver toda a beleza do que há por vir. Você: balão de hélio que se perde da mão da criança. Sua imagem: um borrão de uma memória distante. Eu: ser errante pela vida, em busca do viver.
BRAVO !!!
ResponderExcluirÔ MININATILIGENTE !!!
BJINS.
É de família...! rsrsrsrsrs
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